Daniele Bragança – Via O Eco/ sábado – 11 de maio de 2019
Ricardo Salles quer rever todas as Unidades de Conservação federais do país e mudar SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação. As RPPNs – Reservas Naturais do Patrimônio Natural, como a Reserva Mato da Onça, por ora estão protegidas, pois são perpétuas, mas insuficientes face ao ataque declarado ao patrimônio natural brasileiro.
Dois dias após oito ex-ministros do Meio Ambiente lançarem um manifesto acusando o atual ministro de desmonte da política ambiental que foi sendo construída nos últimos 40 anos, o ministro Ricardo Salles disse para o Estadão que pretende rever, na verdade, os últimos 80 anos. O titular da pasta ambiental informou que revisará todas as 334 unidades de conservação federais, desde o Parque Nacional de Itatiaia, criado em 1934, ao Refúgio da Vida Silvestre da Ararinha Azul, uma das últimas unidades criadas pelo governo federal, em 2018.
Em entrevista ao repórter André Borges, o ministro afirmou que as unidades foram feitas “sem critério técnico” e que um grupo de estudo está sendo montado no Ministério para rever as unidades. O objetivo é recategorizar algumas, mudar traçados de outras e até extinguir. O pacotão de revisão deverá ser lançado já no segundo semestre.
Mudanças no SNUC
A principal mudança da política de revisão deverá ser na lei que rege o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, de 2000. A lei do SNUC determina que criação de unidades de conservação é atribuição do Executivo, mas o mesmo ato que a cria, um decreto, não pode ser usado para diminuir ou extinguir uma unidade de conservação. Essa é a principal pedra no sapato do governo para mudar o foco da política de conservação. UCs só podem ser extintas por projeto de lei, ou seja, pelo crivo do Congresso Nacional.
Veja a matéria completa aqui
Imagem do topo – Gilberto Soares – MMA
Você está acompanhando os conteúdos disponibilizados pela Canoa de Tolda e já deve ter sua avaliação a respeito do que é disponibilizado para apresentar o Baixo São Francisco real em contraposição ao oficialmente divulgado.
Tentamos fazer o melhor possível há 21 anos, divulgando como aqui se vive, de fato; apresentando análises sobre situações variadas do quadro socioambiental da região; investigando aplicações de recursos públicos, dentre tantos temas, e também desenvolvemos projetos culturais, como o restauro da canoa de tolda Luzitânia ou ainda pela conservação da biodiversidade do Baixo São Francisco, como a Reserva Mato da Onça e seu programa Caatingas – Meta 2035.
Por isso, para colaborar, faça sua doação. A Canoa de Tolda não pode deixar de navegar.