Sabrina Rodrigues – Via O Eco/ sexta feira – 10 de maio de 2019

Dirigido por André D’Elia, o documentário mostra a destruição do segundo maior bioma brasileiro, essencial para a bacia do São Francisco.

Ao trabalhar com filmes sobre skate, o cineasta André D’Elia, de 32 anos, não imaginava que um dia mergulharia no cinema socioambiental de cabeça. Formado em cinema pela Fundação Armando Alves Penteado (FAAP), André Vilela D’Elia começou como assistente de direção e trabalhou no primeiro documentário sobre skate no Brasil, o Vida sobre Rodas (2010).

Mas a virada de D’Elia para o cinema socioambiental começou por volta de 2009, época dos preparativos do leilão para a concessão da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. O cineasta começou a achar tudo muito estranho. “Tinham as empresas que estavam disputando o leilão que eram Odebrecht, Camargo Correia; as maiores empresas de engenharia do Brasil deixariam de ser empreendedores de um leilão e passariam a ser empreiteiros. Pensei ‘Nossa, esse caso é igual ao assassinato do Tancredo. Todo mundo sabe que está errado, todo mundo está vendo que tem corrupção aqui, que tem problema, mas ninguém está falando’.

Em 2013, foi convidado para trabalhar no projeto que o tornou um cineasta conhecido no país todo. Seis ONGs ambientais como o ISA, WWF, SOS Mata Atlântica o chamaram para fazer um filme sobre a mudança no Código Florestal. O desafio estava lançado. André D’Elia queria fazer um trabalho que não fosse enfadonho, chato, mas sim, um trabalho que o público pudesse compreender. O resultado veio em 2015, com Lei da Água. “Foi um desafio muito bom, acho que até hoje foi o meu filme mais assistido, foi bem em cinema, em plataformas de filmes sob demanda, passou em escolas, em universidades e em espaços públicos. Mais de 45 mil de público, em mais de 300 cidades do Brasil. Estreamos na França; o filme passou na Espanha e em Portugal.

Ao exibir a Lei da Água no Congresso Nacional, D’Elia conheceu Ane Romero e Bruno Mello, da Fundação Mais Cerrado. Os dois o convidaram para conhecer a situação do bioma. ‘Tá bom, amanhã a gente pega o carro e vê esse Cerrado aí que vocês [Ane e Bruno] estão falando!”. O convite virou viagem, que virou filme.

O Ser Tão Velho Cerrado (2018), documentário de 1h e 36min, está disponível na plataforma de streaming Netflix e retrata a degradação que o Cerrado vem sofrendo. E sobre esse trabalho que o “Três Dedos de Prosa” conversa com André D’Elia

Veja a matéria completa e entrevista com André D’Elia aqui.

Imagem do topo – divulgação – Via O Eco

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