REDAÇÃO VIA INFOSÃOFRANCISCO / quarta-feira – 18 de março de 2020
O reservatório de Sobradinho segue enchendo à mercê de restrições de operações impostas pelo setor elétrico com dispositivos que consolidam seu domínio da água fortalecido pelo silêncio da sociedade, de estados e municípios do Baixo: não há perspectivas da região observar vazões estáveis, a curto prazo e por período longo, acima de 1300 m³/s
De acordo com a ANA – Agência Nacional de Águas, ontem, dia 24, o reservatório de Sobradinho atingiu a marca de 67,04% de sua capacidade, sem que sejam conhecidas notícias de intenção de aumento consistente na vazão a jusante de Xingó. Por sua vez, Três Marias tinha seu volume registrado e 99,47%.
Ainda segundo a ANA, as operações seguem rigorosamentea Resolução 2017/81 da ANA – Agência Nacional de Águas, que ignora a vazão mínima de 1.300 m³/s – hum mil e trezentos metros cúbicos por segundo – estabelecida pelo Plano da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco) .
Veja ainda, abaixo, o gráfico com as afluências, defluências e volumes dos reservatórios ao longo da bacia do São Francisco:
Fontes
ANA – Agência Nacional de Águas
550 m³/s! Vazão mínima autorizada [ainda] em vigor no Baixo São Francisco
Vamos insistir: o sistema elétrico, através da CHESF – Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, operadora dos principais barramentos na bacia, está funcionando – sem qualquer questionamento tanto pelos demais entes da gestão das águas mas também por órgãos que deveriam defender o patrimônio natural e direitos humanos difusos, além dos estados e municípios afetados e pela sociedade em geral – com a Autorização Especial 012 de 2017 do IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis que garante como vazão mínima 550 m³/s (quinhentos metros cúbicos por segundo), fato divulgado pelo InfoSãoFrancisco.
Imagem em destaque – Estúdio Cisco
Este artigo faz parte da integração e compartilhamento de conteúdos com o InfoSãoFrancisco.
Você está acompanhando os conteúdos apresentados pela Canoa de Tolda e já deve ter uma avaliação a respeito do que é disponibilizado para apresentar o Baixo São Francisco real em contraposição ao oficialmente divulgado.
Tentamos fazer o melhor possível há 22 anos, expondo como aqui se vive, de fato; publicando análises sobre situações variadas do quadro socioambiental da região; investigando aplicações de recursos públicos, dentre tantos temas, e também desenvolvemos projetos culturais, como o restauro da canoa de tolda Luzitânia ou ainda pela conservação da biodiversidade do Baixo São Francisco, como a Reserva Mato da Onça e seu programa Caatingas – Meta 2035.
Por isso, para colaborar, faça uma doação. A Canoa de Tolda precisa navegar.