REDAÇÃO VIA INFOSÃOFRANCISCO / quarta-feira – 18 de março de 2020

Reservatório de Sobradinho atinge nível de operações normais, porém com imposições restritivas de operações impostas pelo setor elétrico através de dispositivos que consolidam o domínio da água, dificilmente o Baixo verá, em curto prazo, vazões estáveis, por período longo, acima de 1300 m³/s

Ontem, 17 de março, o reservatório de Sobradinho atingiu a marca de 60,35% de sua capacidade, entrando na classificação normal (de acordo com a Resolução 2017/81 da ANA – Agência Nacional de Águas, que ignora a vazão mínima de 1.300 m³/s – hum mil e trezentos metros cúbicos por segundo – estabelecida pelo Plano da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco) como previsto há alguns dias em razão das chuvas no alto São Francisco.

No gráfico da Sala de Situação da ANA, as comparações de volume para 17 de março de vários anos. Gráfico | ANA

Em contrapartida, com pode ser visto nos gráficos fornecidos pela própria ANA, as vazões nos últimos dias foram extremamente baixas, como a imagem abaixo, produzida pela Estação Propriá.

Sem as estações da UHE Xingó emitindo as vazões, a única estação ativa, de fato no Baixo é a de Propriá, que sofre influências de outros aportes. Gráfico | ANA

O que poderia ser considerado inicialmente como uma perspectiva de retomada de padrões de vazões similares ao que se tinha antes de 2013 deve ser observado, objetivamente, sob a ótica devastadora do sistema operacional imposto pelo setor elétrico. Que seja usada até a derradeira gota de água para a garantia da chamada “segurança hídrica” que, de modo suicida, terá em sua contabilidade, não há dúvida, a desintegração do chamado rio da integração nacional. Levando junto, evidentemente, populações humanas e seus patrimônios culturais relacionados ao Velho Chico, além do patrimônio natural da bacia: o rio em si e seus ecossistemas aquáticos e terrestres.

Leia a reportagem na íntegra, no InfoSãoFrancisco.

Fontes

ANA – Agência Nacional de Águas

Imagem em destaque – Carlos E. Ribeiro | Canoa de Tolda | © 2020

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