Rede InfoSãoFrancisco
segunda-feira – 17 de junho de 2019
Sem informações adequadas por parte da CASAL – Companhia de Saneamento de Alagoas e do DESO – Companhia de Saneamento de Sergipe, a população usuária das águas de sistemas públicos permanece com dúvidas sobre as efetivas ações de erradicação às algas verdes e os processos de desinfecção que evitem a produção de substâncias inadequadas ao consumo humano. Situação semelhante para as populações difusas que recebem do poder público frascos de hipoclorito para a desinfecção da água colhida nas margens.
Em abril deste ano, publicamos o artigo Água de beber 2: boa, mesmo? Sem qualquer risco? onde era apontada a situação de provável risco para a saúde humana a perigosa relação entre as algas verdes (que infestam há vários anos o Baixo São Francisco e seguem expandindo sua ocorrência e que provocou uma ACP – Ação Civil Pública pela infestação das algas e vegetação invasoras no Baixo São Francisco, que por sua vez possibilitou uma recente Inspeção Judicial ) e os processos de desinfecção da água através de cloro que produzem o Trihalometano, ou THM.
Na mesma ocasião foram enviados ofícios solicitando informações para as duas principais empresas (CASAL – Companhia de Saneamento de Alagoas e DESO –
Companhia de Saneamento de Sergipe) de fornecimento de água no Baixo São Francisco, ambas estatais.
Foram solicitadas as informações abaixo listadas aos dois órgãos:
1- Se o órgão tem em curso (e há quanto tempo) processos de análise de água no rio São Francisco para o monitoramento de algas;
2- A partir do item 1 acima; se o órgão está pondo em prática sistema de monitoramento físico (ocorrência) e erradicação (seja em locais de captação, estoque de água, sistema de distribuição e relacionados) de algas;
3- Se o órgão tem em prática procedimentos de análise de água tratada para a detecção de THM.
4- Se o órgão tem plano de comunicação para esclarecimentos à população sobre a questão de tratamento de água à base de cloro, presença de algas e produção de THM.
Até o momento, a alagoana CASAL permanece sem atender a uma solicitação relevante, de interesse evidente e relacionada a um tema de gravidade considerável.
Por sua vez, o DESO, de Sergipe, respondeu, de forma vaga (veja a resposta aqui), não apresentando documentação relacionada, com procedimentos específicos para a identificação da presença e erradicação de THM.
Nos relatórios de análise de água do DESO, tomados como exemplo os de Brejo Grande e Poço Redondo, ambos de 2018 (consulta feita no site em 17 de junho de 2019), não há documentação para o presente, estão ausentes informações sobre os procedimentos específicos para o caso de infestação de algas, situação
particularmente agravada com a redução das vazões regularizadas, a partir do início de 2013.
É interessante notar que no mesmo sítio, na página alusiva ao Tratamento de Água, está claro que o processo utilizado para a desinfecção é a cloração que, como já documentado, cria situação de risco em caso de presença de algas.
No caso da CASAL, seu sítio eletrônico não disponibiliza qualquer informação sobre relatórios de qualidade de água em seu sistema de captações no Baixo São Francisco.
O comportamento insatisfatório de ambos os órgãos, que deveriam de imediato fornecer informações claras, precisas, consistentes e de fácil compreensão para
qualquer cidadão, mantém uma situação de dúvida, de real insegurança quanto ao quadro de saúde coletiva do Baixo São Francisco.
Imagem do topo – O verde intenso nas águas do rio indicam a forte e cumulativa presença de algas verdes fragmentadas . Imagem | Canoa de Tolda
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