VIA INFOSÃOFRANCISCO / sexta-feira – 14 de fevereiro de 2020

Mesmo com Sobradinho tendo aumento consistente em seu volume armazenado, setor elétrico mantém Baixo São Francisco submetido ao regime de pouca água, levando a degradação do rio ao extremo e comprometendo o acesso da mesma às populações ribeirinhas difusas

Com a manutenção do modelo operacional dos barramentos a jusante de Sobradinho, a situação da expansão de bancos de vegetação invasora e algas verdes – que criam um quadro de não acesso à água de qualidade adequada – permanece no Baixo São Francisco e toma proporções do caminho rumo ao fim do rio.

Durante a semana, contrariamente ao modelo de operações apresentado pelo ONS – Operador Nacional do Sistema no início do mês (veja a matéria Setor elétrico: vazões baixas serão mantidas) as defluências diárias estiveram na cota média de 1.000 m³/3 (hum mil metros cúbicos por segundo), sempre abaixo dos 1.300 m³/s determinados como valor mínimo pelo Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.

No entanto, nos últimos dias vem sendo observada (fonte ANA – Agência Nacional de Águas) maior afluência no reservatório de Sobradinho que, de forma consistente, vem tendo aumentado o seu volume de água no lago (em 20/02/2020 atingiu o volume de 42,23% – ver gráfico abaixo).

Gráfico comparativo dos volumes em 20 de fevereiro de 2011 ao presente. Fonte | ANA

No dia 18, com a situação hidrológica muito favorável no Alto São Francisco, a vazão afluente chegou a 4.200 m³/s (veja gráficos abaixo). Ainda assim, foram mantidas as defluências (até o Baixo São Francisco) abaixo dos 1080 m³/s previstos no início do mês (que não são, em absoluto, valores suportáveis pelo rio, pelas populações ribeirinhas).

Veja a matéria na íntegra, no InfoSãoFrancisco, clicando aqui.

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Imagem em destaque – Acúmulo de biomassa em decomposição na Reserva Mato da Onça.  Foto: Carlos E. Ribeiro Jr. | Canoa de Tolda/InfoSãoFrancisco

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