A Redação

Sem a efetiva resposta por parte da CHESF para o desencalhe da canoa Luzitânia, a manobra para seu desencalhe ocorreu de improviso na noite do dia 19 de março

Na linha da difícil relação para com as populações impactadas pelos barramentos sob sua responsabilidade, a CHESF não reagiu de forma efetiva às demandas (protocoladas na ANA – Agência Nacional de Águas) de incremento na vazão regularizada para desencalhar a canoa Luzitânia (veja matéria sobre o caso aqui).

A solicitação encaminhada para a Agência explicava sobre a progressiva gravidade da situação, com riscos reais de dano para a embarcação (patrimônio histórico tombado pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), inclusive de naufrágio (no caso da canoa permanecer tempo excessivo ao sol, podendo ocorrer ruptura de suas colagens no casco, inviabilizando a flutuabilidade em caso de qualquer aumento do espelho da água).

Na tarde do dia 19, sem qualquer alerta por parte dos operadores de Xingó, foi observado um aumento da vazão, lento, o que estabeleceu um estado de prontidão. A variação do nível do espelho da água foi sendo medida a cada hora e, por volta das 21:05, a Luzitânia estava com parte de seu casco, de meia nau para a popa flutuando, livre da lama (no local que é leito do rio São Francisco, porém secado pelas vazões reduzidas desde 2013).

Com o objetivo de evitarem-se danos caso fosse a embarcação arrastada, foram aguardadas condições de total flutuação, o que ocorreu às 21:30. Imediatamente, posto que não havia conhecimento do limite máximo de vazão a ser operado naquela noite, a canoa foi removida para local mais adentro da calha do rio, sendo realizada nova atracação em pontos que garantem sua total flutuação.

A ANA foi notificada, através de ofício, da ocorrência e tendo sido reiterado de que serão necessárias novas manobras (incremento de vazão regularizada por algumas horas) para que, tão logo seja agendada o início de trabalhos de manutenção na embarcação (serviços que aguardam entrega de materiais por parte do IPHAN), será solicitado o aumento do nível do espelho d’água.

 


Imagem | Canoa de Tolda