A campanha inicial de varredura preparatória das atividades do projeto Sobradinho +40 permitirá a organização de inúmeros sub-projetos que tentarão construir um conjunto de informações (dados, imagens, depoimentos, análises) sobre o São Francisco após quarenta anos de regularização (incluindo as interferências posteriores à barragem de Sobradinho).

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Carlos Eduardo Ribeiro Junior – org. / Daiane Fausto dos Santos – org. e tratamento imagens

Publicado em 17 de janeiro de 2020

A beleza ainda visível na região, como o canal de Brejo Grande, é utilizada como uma camuflagem para o desastre que é o São Francisco.

Foto | Canoa de Tolda

A caminho do canal da Parapuca e as pouco referenciadas barras sul do delta do São Francisco, o início de uma complexa e longa contabilidade do passivo socioambiental crescente legado ao Baixo São Francisco.

Foto | Canoa de Tolda

No Saramém, em zona já bem próxima da foz, com a barra do rio mais e mais aberta, os impactos da dinâmica costeira do mar e o desaparecimento do cordão protetor dos manguezais, muito provavelmente acelerarão de forma imprevisível o processo erosivo que tende a riscar do mapa a localidade.

Foto | Canoa de Tolda

A expansão da carcinicultura, com a proteção do licenciamento pelo governo de Sergipe, significa o avanço sobre os essenciais manguezais em situação de extrema vulnerabilidade

Foto | Edson Gois Ferreira | Rede InfoSãoFrancisco

Uma das alegações para legitimar a presença dos tanques de viveiros de camarão é de que os mesmos já utilizam antigas lagoas de arroz – que deveriam ser alvo de um grande programa de recuperação ambiental, como a recomposição de manguezais para garantir um cordão mínimo de amortecimento ao  avanço do mar.

Foto | Edson Gois Ferreira | Rede InfoSãoFrancisco

Com a obstrução – o mar rompeu a barra da Costinha e avança rapidamente sobre o continente – do lendário canal da Parapuca, que ligava a calha do rio às barras do sul, as navegações se dão através de pequenos canais entre as ilhas da região.

Foto | Edson Gois Ferreira | Rede InfoSãoFrancisco

Todos os espaços possíveis estão sendo ocupados pelas fazendas de camarão.

Foto | Edson Gois Ferreira | Rede InfoSãoFrancisco

Na entrada da barra do Funil, e em zona imediatamente contígua à REBIO – Reserva Biológica de Santa Izabel (Unidade de Conservação Federal costeira entre Pirambu e a Ilha do Arambipe), os tanques de camarão também estão presentes.

Foto | Edson Gois Ferreira | Rede InfoSãoFrancisco

Uma das regiões mais cruciais para a conservação do que resta de biodiversidade no Baixo São Francisco está em processo acelerado de devastação a partir de usos e ocupações extremamente predatórios.

Foto | Edson Gois Ferreira | Rede InfoSãoFrancisco

A implantação dos tanques de viveiros de camarão é comprovada  mesmo em locais extremamente vulneráveis e sensíveis.

Foto | Edson Gois Ferreira | Rede InfoSãoFrancisco

Na região da barra das Araras, já na divisa de Brejo Grande com Pacatuba, pequenas comunidades sobrevivem de extração de mariscos (sururu, massunim, lambreta e outros) que, no entanto, é praticada sem manejo.

Foto | Edson Gois Ferreira | Rede InfoSãoFrancisco

A pressão econômica sobre a atividade de coleta de mariscos, com alta demanda sobretudo nas capitais Aracaju e Maceió e a inexistência de manejo coloca em risco o futuro das espécies e das pessoas que delas tiram seu sustento.

Foto | Edson Gois Ferreira | Rede InfoSãoFrancisco

Com a regularização do rio e o fim das cheias, a região sul da zona costeira da foz não tem mais qualquer influência da dinâmica fluvial do rio livre.

Foto | Edson Gois Ferreira | Rede InfoSãoFrancisco

Sem a APA da Foz, uma proposta de 2003 cujo decreto finalizado não foi assinado pela presidência da República, a região não tem proteção.

Foto | Edson Gois Ferreira | Rede InfoSãoFrancisco

A barra das Araras, próxima à Ponta dos Mangues, em Pacatuba, SE. A derradeira barra no extremo sul da zona costeira da foz do São Francisco.

Foto | Edson Gois Ferreira | Rede InfoSãoFrancisco

O mar é ali, atrás do estreito cordão de restingas, extremidade sul da ilha do Arambipe, que o separa da laguna salgada no sul da zona costeira da foz.

Foto | Canoa de Tolda

A regularização provocou a perda dos sedimentos que o São Francisco, antes pujante, espalhava por todo o litoral norte de Sergipe. Sem os sedimentos, verifica-se, através de imagens satélite, o deslocamento da barra das Araras cada vez mais para o sul.

Foto | Canoa de Tolda

Na baixa mar, os rios de água salgada que correm de volta para o mar.

Foto | Canoa de Tolda

Ao norte da barra das Araras, no continente, a localidade da Ponta dos Mangues, em Pacatuba.

Foto | Edson Gois Ferreira | Rede InfoSãoFrancisco

Na maré baixa, os catadores de mariscos nas croas que, linhas tênues, são um leve divisor entre a água e o céu.

Foto | Canoa de Tolda

A placa da ADEMA, órgão ambiental de Sergipe, estabelece a legalização das fazendas de camarão.

Foto | Canoa de Tolda

Pelos canais secundários da Parapuca a navegação é complexa e deve se preferencialmente realizada durante a maré cheia.

Foto | Canoa de Tolda

Oficialmente, a zona costeira sul da foz do São Francisco não consta na poligonal da bacia hidrográfica.

Foto | Canoa de Tolda

Sem proteção, alvo de exploração desmesurada, omissão da sociedade e dos governos: não seria delírio estabelecer que a região da foz do São Francisco está com os dias contados.

Foto | Canoa de Tolda

O Projeto Sobradinho +40 é uma iniciativa da Canoa de Tolda e do InfoSãoFrancisco e conta com o apoio do InfoAmazônia

Rumos.

Foto | Edson Gois Ferreira | Rede InfoSãoFrancisco

Desde o início da atuação da Sociedade Canoa de Tolda no Baixo São Francisco, estamos realizando o registro fotográfico das atividades da entidade e da vida ao longo das margens e da zona costeira da região. A partir de então, foi montado acervo que, atualmente, é composto por cerca de oitenta mil imagens produzidas unicamente pela Canoa de Tolda. Nessa coletânea temos ainda inúmeras fotografias cedidas por colaboradores, parceiros ou ainda adquiridas em outras fontes.

Algumas imagens poderão parecer repetitivas e/ou recorrentes. Porém, são apresentadas pois fixaram momentos distintos e/ou significativos de uma situação, um caso.

Outras imagens podem ser conhecidas em nosso Acervo/Fotografia.

Imagem em destaque no topo – A foz do São Francisco, pela banda de Sergipe.  Foto |  Edson Gois Ferreira | Rede InfoSãoFrancisco