Com o estaleiro da Luzitânia instalado de forma organizada em Brejo Grande, a vida toma seu ritmo. O movimento agora a partir da foz, continua. Praia, sertão, sertão, praia, porém, priorizando o término da canoa

Carlos Eduardo Ribeiro Junior – org. / Daiane Fausto dos Santos – org. e tratamento imagens

Publicado em 28 de julho de 2019

2005

A chata Iris Raiane, de Tonho de Rosa, no porto da Ilha do Ferro. Seriam seus derradeiros movimentos no sertão, antes de ser vendida para a região de São Brás, AL.

Imagem | Canoa de Tolda

Águas limpas, sem sedimentos, retidos pelas barragens, porém ainda boas de beber. No entanto, já ocorriam algas verdes em situações de aquecimento da água e baixas de vazões, em locais com menos correnteza.

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Em meados de 2005 a chata Iris Raiane é vendida para nosso companheiro, Pedro da Eva (sua antiga chata, na Capivara), carpinteiro exímio, radicado no Tibiri, povoado de São Brás.

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Voltar a navegar, sonho do homem, revelado em tantas conversas, agora novamente em uma popa de canoa.

Imagem | Canoa de Tolda

A canoa foi entregue em Propriá e dali, com o ventinho brando, proa para riba, para o Tibiri, seguiu com seu novo piloto.

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A Iris Raiane, ainda aprumada, em 2005, junto com a canoa de Zé Migué, do Mocambo, seriam as duas únicas derradeiras da linhagem de chatas do Baixo.

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Navegações que se resumem, nos dias de hoje, a algumas tentativas de fixação das memórias do movimento de canoas, navios, por algumas paredes ao longo das margens.

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Ainda que com a concentração das atividades na canoa em Brejo Grande, as subidas ao sertão, ao Mato da Onça, permaneciam. No Baixo São Francisco, esse movimento é essencial.

Imagem | Canoa de Tolda

Nas madrugadas de inverno, dias de segunda feira, dia de feira na rua, a lancha Rosileide na linha entre o Mato da Onça e Pão de Açúcar.

Imagem | Canoa de Tolda

Porto do Mato da Onça, cedo pela manhã de inverno.

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Alciane, jovem sertaneja do Mato da Onça, remeira, como então uma boa parte das mulheres, que se movimentavam com botes a vela e a remo.

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A barra da Faísca, na foz do São Francisco, nas proximidades da Costinha, ilha do Arambipe, Brejo Grande, SE.

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Sem o aporte de sedimentos na região costeira e a diminuição das vazões, em particular com o fim das cheias, a partir dos barramentos, o mar avança
sobre os manguezais que definham.

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Em direção ao sul, a praia seguia livre de gente até a cidade de Pirambu, passando pelas barras do Funil e das Araras, na Ponta dos Mangues.

Imagem | Canoa de Tolda

O pontal na margem alagoana, na APA de Piaçabuçu.

Imagem | Canoa de Tolda

Costinha.

Imagem | Canoa de Tolda

Do farol do Cabeço, isolado no mar costeiro, o horizonte sem navios.

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Pelos canais entre Brejo Grande e Piaçabuçu, já se verificavam as concentrações de baronesas, os chamados balseiros, pelo povo da região.

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Peixe miúdo salgado secando na esteira, em Piaçabuçu.

Imagem | Canoa de Tolda

A balsa de madeira Estrela Guia, na travessia Piaçabuçu/Brejo Grande, foi a derradeira a manter a regra (forma de linhas de casco e configuração geral) tradicional.

Imagem | Canoa de Tolda

No Saramém, final da tarde, era bom mirar o movimento dos barcos que saiam para o mar, aproveitando a maré que desce.

Imagem | Canoa de Tolda

Descendo para mais uma noite barra fora, derradeiros engajados na pesca ainda movidos pelo vento.

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No riacho da Praúna, em Brejo Grande, SE, a pesca de camarão de água doce com covos.

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Instalados nos pés das aningas, vegetação da margem, às dezenas, os covos são conferidos (“vigiados”) na baixa mar.

Imagem | Canoa de Tolda

Atividade que se praticava diariamente, com sol ou chuva, como os camarões nativos, hoje extinta, junto com os camarões nativos

Imagem | Canoa de Tolda

Desde o início da atuação da Sociedade Canoa de Tolda no Baixo São Francisco, estamos realizando o registro fotográfico da vida ao longo das margens e da zona costeira da região. A partir de então, foi montado acervo que, atualmente, é composto por cerca de oitenta mil imagens produzidas unicamente pela Canoa de Tolda. A essa coletânea temos ainda inúmeras fotografias cedidas por colaboradores, parceiros ou ainda adquiridas em outras fontes.

Como referência aos vinte anos da Canoa de Tolda em seu movimento completados em 2018, serão publicadas matérias em série com seleção das imagens mais significativas desde os idos de 1997.

Algumas imagens poderão parecer repetitivas e/ou recorrentes. Porém, são apresentadas pois fixaram momentos distintos e/ou significativos de uma situação, um caso.

Outras imagens podem ser conhecidas em nosso Acervo/Fotografia.

Nota – Algumas imagens mais antigas foram produzidas a partir de fotografias em suporte analógico e não tiveram, na época, digitalização adequada, comprometendo a qualidade do registro. Ainda assim, optamos em apresentar as imagens, pelo valor documental sobre como se vive (ou vivia) ao longo do Baixo São Francisco. Esse material está em processo de recuperação.

Imagem em destaque no topo – Na Ilha do Ferro, Mestre Nivaldo desce para seu local de trabalho, seu estaleiro a céu aberto, ao pé da velha craibeira.  Foto |  Canoa de Tolda © 2019