As caatingas da região de Pão de Açúcar, no alto sertão alagoano do Baixo São Francisco, não param de ter suas áreas reduzidas por usos e ocupações insensatos. Processo cumulativo e que vem tomando velocidade nos últimos anos.
Sem proteção, sem território, com o avanço do desmatamento e degradação das caatingas, com a permanente ação de caçadores e captores de animais para comércio, a bicharada das caatingas não só de Pão de Açúcar mas de todos os sertões do Baixo estarão com seus dias contados.
Ainda assim, em alguns pontos de matas e capoeiras mais conservadas do bioma, são encontrados os derradeiros remanescentes da outrora riquíssima fauna que resistem a pulso e proporcionam encanto ímpar além de motivação para não permitir o fim das espécies.
Por Pedro Teia – Rede InfoSãoFrancisco
Publicado em 29 de março de 2019
Jaguatirica (Leopardus pardalis) – Possui ampla área de distribuição e densidades relativamente altas se comparado com outras espécies de felinos.
Foi registrado na cidade de Pão de Açúcar, estado de Alagoas. É uma espécie ameaçada pela caça e pela perda de habitat.
Imagem | Pedro Teia – 2019
Sanã amarela (Porzana flaviventer) – É uma espécie rara a nível nacional, vulnerável por ser uma espécie muito pequena que pode ser predada até por anfíbios. Habita margens de rios, lagos, mangues e outros locais alagados.
Imagem | Pedro Teia – 2019
Caburé acanelado (Aegolius harrisii) – Trata-se de mais uma espécie rara nacionalmente, que é ameaçada por perda de habitat. Escolhe local escuro na mata para dormir durante o dia e caça anfíbios, aves pequenas, repteis e roedores durante a noite.
Imagem | Pedro Teia – 2019
Jacucaca (Penelope jacucaca) – É uma espécie ameaçada por perda de habitat e pela caça predatória. Essa espécie é considerada pelo ICMBio como extinta no estado de Alagoas, porém ela ainda ocorre na cidade de Pão de Açúcar e frequentemente é visualizada na região onde habita.
Imagem | Pedro Teia – 2019
Macaco prego galego (Sapajus flavius) – Segundo a literatura, é uma espécie endêmica da Mata Atlântica nordestina com ocorrência restrita a
poucos fragmentos nos Estados do RN, PB, PE e AL. Porém essa espécie foi registrada em região de caatinga na Cidade de Pão de Açúcar-AL. É uma espécie rara de primata, ameaçada por perda de habitat.
Imagem | Pedro Teia – 2019
Murucututu (Pulsatrix perspicillata ) – É uma coruja de grande porte com distribuição ampla no Brasil, e incomum em região de caatinga. É admirada por sua beleza e tamanho e ameaçada no estado de Alagoas por perda de habitat. Assim como muitas outras corujas, tem um papel importante na cadeia
alimentar.
Imagem | Pedro Teia – 2019
Pintassilgo do nordeste (Spinus yarrellii ) – É uma espécie super ameaçada de extinção devido a captura indevida e o tráfico de aves. Já foi quase considerada extinta, mas reapareceu na natureza. Sua distribuição é restrita apenas ao Nordeste brasileiro.
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Veado-catingueiro (Mazama gouazoubira) – Trata-se de espécie que segundo a literatura não apresenta-se em estado de ameaça, porém nas regiões de caatinga em Pão de açúcar, eles resistem bravamente ao clima, raramente são vistos e são cruelmente caçados.
Imagem | Pedro Teia – 2019
Socoí amarelo (Ixobrychus involucris) – Trata-se de uma espécie rara de socó que habita lugares com juncos, capinzais e alagados. No Nordeste, foi registrado sua ocorrência em apenas 5 cidades, sendo que uma dessas cidades foi Pão de Açúcar, no estado de Alagoas.
Imagem | Pedro Teia – 2019
Saracura carijó (Pardirallus maculatus) – Essa espécie ocorre em locais pantanosos e é mais uma raridade encontrada no estado de Alagoas, especificamente na cidade de Pão de Açúcar, já que foi a única cidade do estado a ter registrado essa espécie até o momento. É uma espécie onívora.
Imagem | Pedro Teia – 2019
Papa lagarta cinzento (Micrococcyx cinereus) – Trata-se de um papa lagarta raro com poucas cidades com registros no Brasil. No estado de Alagoas, segundo o WIKIAVES, foi registrado na cidade de Delmiro Gouveia e Pão de Açúcar. Sua alimentação é baseada em artrópodes.
Imagem | Pedro Teia – 2019
Falcão peregrino (Falco peregrinus) – É uma das aves de rapina mais poderosas e admiradas do mundo, pela incrível velocidade que pode alcançar em voo, quando está atacando sua presa. É uma espécie migratória que viaja entre continentes, sendo que no Brasil, ele chega no Brasil entre os meses de Outubro e Abril e percorre algumas cidades, sendo Pão de açúcar uma de suas rotas.
Imagem | Pedro Teia – 2019
Gato mourisco (Puma yagouaroundi ) – Tem ampla distribuição no Brasil, porém é ameaçado por perda de habitat e pela caça. Possui duas morfologias de pelagem, porém, na região de Pão de Açúcar, a maioria dos encontros registrados, aconteceram com o de pelagem alaranjada, acontecendo raros encontros com o de pelagem acinzentada.
Imagem | Pedro Teia – 2019
Turu turu (Neocrex erythrops ) – Habita alagados com gramíneas, campos úmidos, campos com arbustos e bordas de florestas. Pode ser descrito principalmente como uma espécie de capinzais e emaranhados. É uma rara espécie que surge na região pãodeaçucarense , migrando sempre a noite, o que a denuncia com seus pipilados durante o inverno. Durante o verão ela desaparece.
Imagem | Pedro Teia – 2019
Gato do mato pequeno (Leopardus tigrinus) – Tem ocorrência ampla no Brasil. É uma espécie ameaçada pela perda de habitat e pela caça. Foi registrado diversas vezes por câmeras de trilhas, instaladas na Caatinga de Pão de Açúcar. Se alimenta principalmente de pequenos roedores, repteis e anfíbios. Tem um papel bastante importante no controle dessas espécies.
Imagem | Pedro Teia – 2019
Conheça mais da atuação de Pedro Teia para a conservação da fauna das caatingas em:
https://www.youtube.com/channel/UCO8z9GTlrYvuU–4bgfJwKQ
