BIODIVERSIDADE | UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

REDAÇÃO | sexta-feira – 04 de dezembro de 2020

Para melhorar suas ações de enfrentamento e erradicação de espécies invasoras, a RPPN Mato da Onça aderiu ao SIGEEI – Sistema de Gerenciamento de Espécies Exóticas Invasoras em Unidades de Conservação, inciativa em implantação pela Universidade Federal de Lavras e parceiros, voltada para Unidades de Conservação em todo o Brasil

Desde sua implantação que a RMO – RPPN Mato da Onça tem enfrentado situações de ocorrência de espécies invasoras (flora e fauna) no interior da poligonal. No caso da flora em particular, logo após a aquisição da área, uma das primeiras ações foi a erradicação de centenas de indivíduos de algarobas (Prosopis juliflora), produto do descaso dos antigos proprietários e também de propagação a partir de propriedades vizinhas. A supressão das algarobas foi uma atividade complexa, de alto custo, porém rendeu bons resultados, uma vez que sem a espécie, imediatamente a vegetação nativa ocupou o espaço antes dominado pelas invasoras.

A localização da Reserva Mato da Onça, no alto sertão do Baixo São Francisco. Cartografia: InfoSãoFrancisco

Quanto à fauna, um dos problemas é a presença de espécies exóticas domésticas (de propriedades no entorno), como cães e gatos, que encontram alimento farto uma vez que há um retorno consistente de fauna silvestre para a área protegida da RMO.

Tendo conhecimento do SIGEEI – Sistema de Gerenciamento de Espécies Exóticas Invasoras em Unidades de Conservação, da integração de seus objetivos e atividades ao Plano de Manejo da RMO e do potencial para melhorias na sua gestão da RMO, foram realizados contatos e a inclusão da RMO no cadastro que passará a contar com dados da Unidade de Conservação.

A expectativa para a RMO, integrada ao SIGEEI, é que seja possível a dinamização e consolidação de atividades de monitoramento e controle das espécies invasoras.

O que é o SIGEEI

O Sistema de Gerenciamento de Espécies Exóticas Invasoras em Unidades de Conservação (SIGEEI) é uma ferramenta de apoio à gestão das unidades de conservação. O SIGEEI auxilia Unidades de Conservação na detecção, registro, controle e monitoramento de espécies exóticas invasoras e invasões biológicas dentro e ao redor das áreas protegidas. Além de manter um registro permanente das espécies exóticas, ocorrências de invasão e atividades de manejo já realizadas, o SIGEEI também oferece uma ferramenta de priorização de espécies e locais de invasão para controle e monitoramento. Desta forma, o gestor da UC sabe quais espécies e ocorrências de invasão devem receber esforços de controle primeiro.

Estrutura conceitual do esquema de definição de prioridades para o controle de espécies exóticas invasoras em áreas protegidas. Gráfico: SIGEEI

O SIGEEI é integrado com o Banco de dados de Espécies Exóticas Invasoras no Brasil do Instituto Hórus e segue as definições e orientações do Guia de Orientação para o Manejo de Espécies Exóticas Invasoras em Unidades de Conservação Federais do ICMBio. O SIGEEI também busca facilitar o trabalho do gestor oferecendo importação direta de dados do sistema nos formulários da Instrução Normativa ICMBio n° 6/2019, que define os procedimentos para emissão de autorização para o manejo de espécies exóticas invasoras em UCs federais. Para órgãos públicos, pesquisadores e o público o SIGEEI oferece diferentes ferramentas de relatórios e exportação de dados para consulta e análise sobre invasões biológicas em Unidades de Conservação.

O SIGEEI foi elaborado pelo Laboratório de Ecologia de Invasões e Conservação da Biodiversidade da Universidade Federal de Lavras em parceira com o Parque Nacional de Itatiaia, o Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental e o Laboratório de Ecologia de Invasões Biológicas, Manejo e Conservação da Universidade Federal de Santa Catarina.

O desenvolvimento do SIGEEI foi financiando pelo ICMBio e CNPq com o projeto “Unidades de Conservação são fontes ou drenos de espécies exóticas invasoras? Uma análise de rotas e vetores de invasões biológicas com foco em manejo e restauração”, aprovado na chamada CNPQ/ICMBIO/FAPs nº 18/2017 – Linha 2 – Mata Atlântica, processo CNPq 421254/2017-3.

◊ Imagem em destaque – Reprodução: SIGEEI

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