OPERAÇÃO DE BARRAMENTOS | VAZÕES SOBRADINHO/UHE XINGÓ

REDAÇÃO via INFOSÃOFRANCISCO | sexta-feira – 20 novembro de 2020

CHESF comunica que reduzirá defluência na UHE Sobradinho, mantendo, porém o atual padrão na UHE Xingó, para atender às operações do SIN – Sistema Integrado Nacional de energia elétrica

Através da Carta Circular SOO-044/2020 (de 19/11) a CHESF – Companhia Hidro Elétrica do São Francisco comunicou atualização nas operações das UHE Sobradinho e UHE Xingó que operarão com as vazões defluentes conforme a tabela abaixo:

UHE Sobradinho (Sub-médio São Francisco) – a partir de sábado, 21 de novembro, vazão reduzida de 2.900 m³/s (dois mil e novecento metros cúbicos por segundo) para 2.600 m³/s.

UHE Xingó (Baixo São Francisco) – permanece operando com vazão média de 2.300 m³/s.

Sub-médio e baixo São Francisco, regiões fisiográficas afetadas pelas operações em cascata a partir de Sobradinho. Cartografia: InfoSãoFrancisco

Comunicação precária, insuficiente, inadequada

Através de um sistema de comunicação que não atende de forma eficiente às populações ribeirinhas (em particular as difusas, espalhadas ao longo do Baixo São Francisco), a CHESF, sob a pacífica aceitação de órgãos reguladores, licenciadores, estados, municípios e da sociedade em geral, cita que as informações sobre as operações dos barramentos serão veiculadas através de SMS (sistema de mensagem de telefonia celular) ao mesmo tempo que “solicita ampla divulgação junto às comunidades ribeirinhas”.

Três pontos:

1- Cabe ao operador dos barramentos toda e devida responsabilidade da adequada, rápida, eficaz, de fácil compreensão, com antecedência, [da ampla]comunicação dos procedimentos das operações dos barramentos. A modalidade de envio de mensagens para destinatários cadastrados não isenta a empresa de profundo processo de divulgação das informações que estão relacionadas não só à impactos diários, horários na vida de dezenas e dezenas de populações ribeirinhas, mas também à situações de segurança;

2- A solicitação da “ampla  junto às comunidades ribeirinhas”, independente dos propósitos de várias organizações, órgãos conhecedores das informações, evidentemente é realizada por razões óbvias de compartilhamento de informações de grande relevância, porém não isenta os operadores do barramento das atribuições listadas no item 1 acima.

3- A telefonia celular e a internet não são, infelizmente, disponíveis para toda uma grande parte da população no Baixo São Francisco, cabendo, portanto, todo empenho na criação de canais alternativos de comunicação coletiva.

Veja a Carta Circular SOO-044/2020 

Reprodução CHESF

550 m³/s! VAZÃO MÍNIMA AUTORIZADA PELO IBAMA [ainda] EM VIGOR NO BAIXO SÃO FRANCISCO

Vamos insistir:

Sob o silêncio de todos os entes da gestão, municípios, estados e da sociedade do Baixo São Francisco, Xingó segue operando com a Autorização Especial 012/2017 que permite a vazão mínima de 550 m³/s (valor abaixo dos 1.300 m³/s estabelecidos pelo Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco).

A manutenção ad eternum da autorização, quando a ANA define e estação como normal, é um precedente danoso para com o já precário processo de licenciamento de operações de barramentos, colocando em risco, pela temerária situação, não apenas o São Francisco, mas todos os demais rios brasileiros que tenham barramentos em suas bacias.

◊ Imagem em destaque – Composição UHE Sobradinho e UHE Xingó – Divulgação

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