Via Antonio Laranjeira | Rede InfoSãoFrancisco / quinta-feira – 17 de outubro de 2019

Nova atualização do mapa MonitOleamento apresenta registros colaborativos de fauna atingida por contaminação de óleo cru no litoral do nordeste

O MonitOleamento completou 72 horas com 2.650 mil visualizações e interações do público. Entenda como participar como voluntário.

O mapa online, criado no dia 12/10, possibilita cruzar dados de cientistas, de cidadãos e do governo em busca de mais inteligência nas soluções para mitigar os danos ambientais na costa de 9 estados do Nordeste.

Atualizações do MonitOleamento

Tartaruga morta em Piaçabuçu, AL, zona costeira da foz do São Francisco. Foto | Pref. Municipal de Piaçabuçu

Ao completar 24 horas, o projeto que criamos recebeu a primeira atualização colaborativa. Foram inseridos dos pontos suspeitos do derramamento (há cerca de 50 km da praia) comparando dados sobre a dispersão do oleamento conforme as correntes marítimas superficiais da costa nordestina.

Já com 48 horas de disponibilidade, o MonitOleamento passou a contar com dados oficiais do IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis sobre a fauna atingida em diversos pontos, sobretudo tartarugas-marinhas (verde, cabeçuda e oliva) foram registradas, conforme é possível visualizar no mapa.

Nesta colaboração, foram inseridas cores diferentes para explicar quais os casos em que os animais foram resgatados mortos ou com vida.

Acesse as atualizações do MonitOleamento aqui.

Precisamos falar de Geojornalismo

Os pontos onde possivelmente este crime ambiental ou suposto acidente naval ocorreu podem ser presumidos com base em estimativas científicas de diversas fontes.

Os fatos seguem agora sendo apurados pelas investigações da Marinha do Brasil e da Polícia Federal sobre este derramamento de petróleo cru que já afeta cerca de 40% da costa nacional.

O MonitOleamento é mais uma ferramenta ambiciosa e colaborativa de inteligência científica à serviço do governo, da mídia e da sociedade, desde a apuração de informações de desastres na costa até os possíveis dispositivos de prevenção contra crimes em águas internacionais ou territoriais.

Práticas como esta, realizadas de modo voluntário, representam o potencial dos dados para o Geojornalismo, esta vertente do Jornalismo de Dados que promove o engajamento e o envolvimento a partir da “comunicação horizontalizadora” que agrupa os resultados de um mix de estudos multidisciplinares sobre o fenômeno em uma camada de dados estruturados na forma de mapa temático.

Tartaruga viva encontrada no litoral de Feliz Deserto, AL, zona costeira da foz do São Francisco. Foto | Divulgação

Informar-se com veracidade sobre o que está acontecendo na costa do Nordeste em meio às fake news, passa por saber onde o fato está acontecendo e ainda como ele está sendo tratado em cada ponto.

Um mapa temático apresenta dados que permitem um modo de leitura geográfica dos fatos respondendo o que, onde e como, em busca da qualidade jornalística e da maior quantidade possível de fontes.

Como colaborar

Entenda como participar como voluntário. A expectativa com a disponibilização do MonitOleamento é de seja possível a coleta de informações que surgem a cada hora e, cruzando com dados oficiais, repassar esse conjunto de pontos em 72 horas ao IBAMA no formato digital KML até o início de 2020.

Os pontos onde possivelmente este crime ambiental ou suposto acidente naval ocorreu podem ser presumidos com base em estimativas científicas de diversas fontes.

Os fatos seguem agora sendo apurados pelas investigações da Marinha do Brasil e da Polícia Federal sobre este derramamento de petróleo cru que já afeta cerca de 40% da costa nacional.

Para colaborar com novas denúncias, preencha o formulário aqui.

O autor

Antônio Laranjeira. Jornalista pela UFRB – Universidade Federal do Recôncavo Baiano, Pesquisador em Geocomunicações vinculado ao Grupo de Geografias da Comunicação Regional (GCR) da UFS – Universidade Federal de Sergipe

Este artigo faz parte da integração e compartilhamento de conteúdos com o InfoSãoFrancisco.

Imagem em destaque – Descarga do material apreendido na Reserva Mato da Onça – Foto | Rede InfoSãoFrancisco

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