A Redação / sexta-feira – 16 de agosto de 2019

Na nova estrutura do viveiro da Reserva Mato da Onça tem início a semeadura inaugural de produção de mudas do primeiro ciclo, com projeção de plantio na temporada de 2020 seguindo as atividades do Programa Caatingas – Meta 2035

Pau d’arco amarelo, imburana de cheiro, embuzeiro, angico manjola, catingueira, angico de caroço… São algumas das espécies cujas sementes, dentro de alguns meses, serão mudas que seguirão para as caatingas da RMO – Reserva Mato da Onça.

Com os plantios de mudas na RMO em fase adiantada, teve início há poucos dias a primeira semeadura nas novas instalações do Viveiro da Reserva. Trata-se de produção de base do primeiro ciclo de 30.000 mudas a partir de sementes já em estoque que será acrescido dos resultados da próxima coleta de 2019 (com chuvas bem razoáveis nesse inverno, várias espécies já estão em floração e mesmo com postura de sementes próximas de amadurecimento).

Na zona protegida por tela, é feita a semeadura das diversas espécies de plantas que irão recompor as caatingas da Reserva Mato da Onça. Foto | Canoa de Tolda

É uma atividade intensiva, tendo seu início no preparo do substrato (material a ser inserido nos sacos de mudas), enchimento dos sacos (são diversos tamanhos de acordo com as espécies e seus respectivos sistemas radiculares além do tempo previsto de permanência no pátio do estoque de mudas.

Como o viveiro ainda não dispõe de uma câmara fria para a estocagem de sementes, uma intenção futura, há que se obedecer ao tempo de capacidade de germinação de cada espécie para que sejam evitadas perdas. O tempo de passagem das sementes pelo estoque está diretamente vinculado ao processo das coletas – onde estação do ano, meteorologia da mesma, resposta das plantas com suas floradas e frutificações. Em resumo: há uma estratégia geral de busca por espécies prioritárias – pela sua vulnerabilidade – que, de acordo com as condicionantes de uma boa ou pior estação, é afinada com tática de “colher o que estiver à mão”, já que nada pode ser perdido.

Como a devastação do bioma caatinga no Baixo São Francisco continua incontrolável, promovendo o avanço de zona em processo de desertificação, tornando, a cada dia, mais difícil a obtenção de matrizes.

♦ A Reserva Mato da Onça é uma iniciativa permanente da Canoa de Tolda

♦ As atividades de plantio de mudas nativas e implantação do viveiro de mudas florestais na Reserva Mato da Onça contam com o suporte do Projeto Opará – Águas do Rio São Francisco (cooperação da Canoa de Tolda com a UFS – Universidade Federal de Sergipe, através do Programa Petrobras Socioambiental)

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Tentamos fazer o melhor possível há 21 anos, expondo como aqui se vive, de fato; publicando análises sobre situações variadas do quadro socioambiental da região; investigando aplicações de recursos públicos, dentre tantos temas, e também desenvolvemos projetos culturais, como o restauro da canoa de tolda Luzitânia ou ainda pela conservação da biodiversidade do Baixo São Francisco, como a Reserva Mato da Onça e seu programa Caatingas – Meta 2035.

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