Reserva Mato da Onça

A RMO – Reserva Mato da Onça é uma UC – Unidade de Conservação da classe RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural, formalizada em 2014 e decretada em 2015 pela portaria 048 do IMA – Instituto do Meio Ambiente de Alagoas. Está inserida na antiga Fazenda Mato da Onça, no município de Pão de Açúcar, no Alto Sertão do Baixo São Francisco de Alagoas. É, até o presente, a única RPPN às margens do São Francisco, se juntando às demais UCs  do Baixo São Francisco (federais, estaduais e municipal).

Sua área é de 46,2 ha, incluindo o anexo do Sítio Barra do Riacho, este na foz do riacho do Mato da Onça. Apesar de sua pequena área, hoje, pelas ações de coibição à caça e captura de animais silvestres, a Reserva tem verificado uma considerável ocorrência de espécies variadas de aves, mamíferos (inclusive de maior porte como onças pardas, jaguatiricas, capivaras), répteis, anfíbios que se beneficiam da proteção na área.

As caatingas da RMO contam com um longo programa de restauro apoiado pela produção de mudas nativas do Viveiro da Reserva.

Até o momento, em processo de montagem de melhor infraestrutura física, a RMO ainda não está recebendo visitantes de forma regular, o que é previsto para o ano de 2019.

PROGRAMA DE RESTAURO DE CAATINGAS – META 2035

O restauro das diversas caatingas da RMO é um processo de no mínimo vinte anos. Imagem | Canoa de Tolda

Desde a fase inicial do processo de criação da RMO junto ao IMA – Instituto do Meio Ambiente de Alagoas, em 2014, a Canoa de Tolda foi designada como gestora da UC e lançou o Programa de Restauro de Caatingas da Reserva Mato da Onça – Meta 2035. O número 2035 ser refere ao marco temporal de vinte anos (a partir de 2014), quando se pretende a travessia da Reserva à sombra das mudas plantadas para as ações de restauro. Consideramos que qualquer espaço de tempo inferior ao que apresentamos é insuficiente para a observação de resultados consistentes na recuperação das caatingas da Reserva.

O objetivo geral do Caatingas – Meta 235 é o restauro de diversas áreas na poligonal da Reserva que sofreram, por alguns séculos, grande impacto pelo uso extensivo de suas matas. O que, naturalmente, provocou a perda da biodiversidade da flora e de sua fauna. Ao mesmo tempo, com o avanço da desertificação dos semiáridos alagoanos, o bioma caatinga desaparece comprometendo de forma significativa futuras ações para sua conservação: com menos e menos matrizes, teremos em pouco tempo dificuldades na obtenção de sementes para bancos de segurança e produção de mudas.

Dentre as ações previstas, e já em curso, no Caatingas – Meta 2035 está a introdução de matrizes de qualidade (todas as matrizes produtoras de sementes e/ou mudas e plântulas para a RMO são procedentes de locais em um raio máximo de 200 km de distância garantindo DNA característico do Baixo São Francisco) para a salvaguarda do remanescente da biodiversidade da flora do semiárido do Baixo São Francisco.

VIVEIRO DA RESERVA

O Viveiro da Reserva atende tanto ao restauro da UC como à demandas externas. Imagem | Canoa de Tolda

A criação do Viveiro da Reserva ocorreu naturalmente, ainda no Sítio Barra do Riacho, anexo da UC, pela necessidade de produção intensiva de mudas de semiárido para o Programa Caatingas – Meta 2035 e também para a venda externa, possibilitando recursos para a manutenção da RMO.

Em período anterior ao viveiro, a maior parte das mudas era fornecida pela Sementeira da CHESF – Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, em Piranhas, AL.

No entanto, pela longa duração das atividades das ações de restauro e da quantidade de mudas previstas para plantio (em torno de 200.000 mudas) foi tomada a decisão de montagem de estrutura própria.

O Viveiro da Reserva está em processo de melhorias de estrutura física através de cooperação com a UFS – Universidade Federal de Sergipe, parceira no Projeto Opará – Águas do Rio São Francisco, patrocinado pelo Programa Petrobrás Socioambiental.
A capacidade plena do Viveiro da Reserva, quando com seu aparato completamente montado será da ordem de 30.000 mudas/ciclo.

PLANO DE MANEJO

Após a criação de uma UC, o plano de manejo deve ser elaborado em um prazo máximo de cinco anos. Toda UC deve ter um plano de manejo, que deve ser elaborado em função dos objetivos gerais pelos quais ela foi criada.

O plano de manejo é um documento consistente, elaborado a partir de diversos estudos, incluindo diagnósticos do meio físico, biológico e social. Ele estabelece as normas, restrições para o uso, ações a serem desenvolvidas e manejo dos recursos naturais da UC, seu entorno e, quando for o caso, os corredores ecológicos a ela associados, podendo também incluir a implantação de estruturas físicas dentro da UC, visando minimizar os impactos negativos sobre a UC, garantir a manutenção dos processos ecológicos e prevenir a simplificação dos sistemas naturais.

Uma das ferramentas mais importantes do plano de manejo é o zoneamento da UC, que a organiza espacialmente em zonas sob diferentes graus de proteção e regras de uso. O plano de manejo também inclui medidas para promover a integração da UC à vida econômica e social das comunidades vizinhas, o que é essencial para que implementação da UC seja mais eficiente. É também neste documento que as regras para visitação da são elaboradas (MMA).

O Plano de Manejo da Reserva Mato da Onça foi realizado através de cooperação com a UFS – Universidade Federal de Sergipe, parceira no Projeto Opará – Águas do Rio São Francisco, patrocinado pelo Programa Petrobrás Socioambiental.
A capacidade plena do Viveiro da Reserva, quando com seu aparato completamente montado será da ordem de 30.000 mudas/ciclo.

Conheça o Plano de Manejo da RPPN Mato da Onça

RESERVA MATO DA ONÇA 

Imagens | Rio de Baixo | Canoa de Tolda

Imagem do topo – Serrote de Cima – Acervo Canoa de Tolda

LOCALIZAÇÃO